Estamos no Ano da Fé. Momento que a Igreja nos
convida para uma “conversão a Deus cada vez mais completa, para fortalecer a
nossa fé n’Ele e anunciá-lo com alegria ao homem do nosso tempo.” (Bento VI,
2012, Porta da Fé). É tempo de perceber a fé não como uma crença qualquer e sim de dar o real
testemunho. De nos desapegarmos daquilo que não é vital, como
sugere Cora Coralina:
"Fechei os olhos e pedi um favor ao vento:
Leve tudo o que for desnecessário. Ando cansada de bagagens pesadas... Daqui
para frente apenas o que couber no bolso e no coração.”
É tempo de ver o que é o essencial da Fé: seguir o mestre! Nossa religião,
organização, atividade pastoral, nossa experiência religiosa, nossa emoção
diante do sagrado, os louvores, os joelhos dobrados, as mãos estendidas, os
sentidos, tudo isso deve estar a serviço do seguimento de Jesus. Caso não o
faça, não cabe no bolso, nem no coração. Radical? Nem tanto, afinal Jesus
abalou seu tempo e ainda dá o que falar por causa da radicalidade do Reino de
Deus.
Este momento tão importante para a Igreja: a fé humilde de um Papa, a expectativa
de novo vigor do próximo, a conversão quaresmal, a Jornada Mundial, a
Fraternidade e Juventude; provoca-nos. Fé não é quietude, nem se sentir bem, em
paz tranquila. Fé é acreditar naquilo que Jesus acreditava, tornar nosso o seu
sonho, é atualizar suas atitudes para o mundo de hoje, assumir a cruz, seus
passos. Cabe-nos, por isso, tornar a fé no Cristo uma proposta explícita. O
Sentido que sacia! Afinal, a fé é isso, é apostar a vida, é experiência de
abandonar-se nas mãos de alguém, é caminho de felicidade, realização, dor,
sacrifício e, também, liberdade.
Do encontro com Deus nasce a fé, como um presente, um dom. E deste encontro
somos convidados a uma resposta. A catequese tem importante papel neste
processo. A missão do catequista é isso: propiciar que os catequizandos tenham
um encontro pessoal com Cristo. A mensagem que a catequese transmite exige uma
resposta, de fé! Sendo assim, há algumas posições importantes que a catequese
deve assumir:
- Assumir que nossa catequese deve ser pautada nos Evangelhos
(suscitadores de fé).
- Assumir que nossa catequese deve ter no centro
Cristo e o Reino.
- Assumir a forma contextualizada da história do
mestre Jesus, para que ressoe sentido para nossa época, ligando Fé e Vida.
- Assumir que os catequistas estão neste processo
constante. Fortalecer a formação e testemunho de Fé.
- Assumir que somos profetas nas nossas comunidades e
tornar límpida a Fé que foi ofuscada por tantos penduricários inautênticos.
Cansados de bagagens pesadas, orientemo-nos pela Fé em Jesus: não é fardo, mas
caminho de encontro e felicidade!
Fonte: www.arquidiocesebh.org.br